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Entenda seu medo de engordar

Você já percebeu como o medo de engordar pode se infiltrar em pequenas escolhas do seu dia? Esse medo pode parecer apenas uma preocupação comum, mas muitas vezes carrega uma força emocional muito maior. Ele não fala apenas sobre o corpo, mas também sobre autoestima, identidade e até sobre como você sente que será aceito pelos outros. Esse fantasma do peso pode acompanhar cada refeição, cada olhar no espelho e até cada comentário recebido.

A origem escondida desse medo

O medo de engordar raramente nasce do nada. Ele costuma estar ligado a mensagens que você recebeu ao longo da vida, seja de familiares, amigos ou até da sociedade. Talvez você tenha escutado frases como “cuidado para não engordar” ou “corpo bonito é corpo magro”. Essas palavras podem parecer simples, mas deixam marcas profundas e podem moldar a forma como você se vê.

Com o tempo, essas mensagens criam uma voz interna crítica que cobra constantemente disciplina, controle e perfeição. Essa cobrança faz você acreditar que engordar é sinônimo de fracasso, falta de cuidado ou perda de valor. E é justamente essa crença que precisa ser questionada para que o medo não continue controlando sua vida.

O impacto nas emoções do dia a dia

Viver com medo de engordar não afeta apenas a forma como você come, mas também como você sente. Você pode se perceber evitando situações sociais onde a comida está presente, recusando convites ou inventando desculpas. Essa evitação pode trazer uma falsa sensação de segurança, mas também gera isolamento e tristeza.

Além disso, sentimentos como culpa e ansiedade tornam-se comuns. Comer uma sobremesa pode ser acompanhado de horas de arrependimento, e um simples número na balança pode definir seu humor do dia. Esses altos e baixos emocionais drenam energia e roubam momentos de prazer que poderiam ser vividos de forma leve.

Além da balança e do espelho

O peso é apenas um número na balança. A nossa imagem no espelho é um reflexo. Mas o medo de engordar pode ir muito além disso. Ele pode ter raízes muito mais profundas. Muitas vezes, ele fala sobre a busca por controle. Sobre a sua busca por uma perfeição. Ele também fala sobre o seu lugar no mundo. O seu corpo pode ser o seu maior projeto. Ele pode ser a sua obra de arte. É onde a gente mostra quem somos. E é aí que as coisas podem se confundir. O medo de engordar pode ser um sinal. Ele pode ser o eco de algo muito maior. Algo que você ainda não entende bem. O seu corpo se torna uma tela. E o medo, o pincel que desenha a ansiedade. O medo de engordar pode ser o começo de uma conversa. Uma conversa com a sua mente e com o seu coração. Você está pronto para ouvir?

Como romper com padrões de controle

Romper com esse medo exige coragem, mas você pode começar aos poucos. Uma forma poderosa é questionar as crenças que alimentam esse medo. Pergunte-se: será que engordar realmente define quem eu sou? Será que o valor de uma pessoa está no tamanho do corpo?

Outra estratégia importante é resgatar o prazer de comer. Em vez de ver a comida como inimiga, você pode aprender a enxergá-la como fonte de energia, sabor e conexão social. Isso não acontece de um dia para o outro, mas cada pequena mudança na forma como você se relaciona com a alimentação faz diferença.

A prática de autocompaixão também é essencial. Quando a culpa surgir, lembre-se de que você é humano e que não precisa ser perfeito. Tratar-se com mais gentileza é um antídoto poderoso contra o medo.

Encontre esperança no processo de mudança

Superar o medo de engordar não é apenas sobre mudar a alimentação, mas principalmente sobre mudar a forma como você enxerga a si mesmo. É sobre construir uma relação mais saudável com o corpo, com as emoções e com a vida.

Buscar apoio profissional pode abrir caminhos que sozinho parecem inalcançáveis. A terapia ajuda você a compreender as raízes desse medo e a encontrar novas formas de lidar com ele. Com o tempo, você pode redescobrir a liberdade de viver sem que a balança dite seu valor.

O mais importante é lembrar que o medo de engordar não precisa definir quem você é. Você pode escolher novos significados para sua vida, baseados em aceitação, autoestima e bem-estar verdadeiro. Esse processo não é rápido, mas cada passo é uma vitória.

A terapia não transforma apenas sua relação com sua mãe – transforma sua relação consigo mesma. Ela permite que você cure feridas, se liberte de padrões limitantes e descubra que é possível amar sua mãe sem precisar se perder no processo. Seja para fortalecer o vínculo ou para aprender a estabelecer limites saudáveis, essa jornada traz mais leveza e compreensão.

No final, você não precisa de uma mãe perfeita para ter paz. Você só precisa encontrar dentro de si o que sempre buscou: reconhecimento, segurança e amor próprio. E isso, felizmente, está ao seu alcance.

From above crop anonymous barefoot child in jeans standing on weigh scales on tiled floor of bathroom

Referências:

  • ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA. DSM-V: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

  • COSENZA, Domenico. A Recusa na Anorexia. Rio de Janeiro: Editora Cia de Freud, 2018.

  • COSENZA, Domenico. A Comida e o Inconsciente. São Paulo: Editora Sinthoma, 2025.

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